domingo, 20 de maio de 2012


A ROSA.
Entrecortaste o rumo do meu destino,
Chegando até a mim na madrugada, silenciosa.
Desvendando minha alma rebelde e carente.
Falta-me aprender e vivenciar esse desencadeamento
além da vida, além do tempo e de tudo que eu desconheço.
Você mora no mar,
e as estrelas são seu teto,
Em cada fase da lua eu te vejo diferente
sem Norte e sem Sul, somente indo, quieta...
Olhares, sombras, medos...
O mar inquieto,
Não há silêncio nos portos,
mulheres acenam, predestinadas a essas idas e vindas.
Quero a calmaria do mar manso,
de mulheres saudosas.
Mas estou na boca do vulcão
prestes a entrar em erupção
descerei em ti minhas lavas.
Somos inversos um do outro, complementos.
Qual é o senso das coisas?
Uma bússola? Ela não me direciona!
A paixão é um desafio
imprevisível, sem vencedores,
Sou uma âncora tatuada em seu corpo,
em relevo...
Quando meu corpo precisa repousar,
repousa em seu dorso.
Quando deságuas em mim,
sacio minha sede no teu gozo...
Quando a madrugada vem, sou música,
canto pra te encantar,
E te faço adormecer.
Quando o dia amanhece
Meu corpo desperta em êxtase,
No momento que suas mãos tocam meu ventre, meu sexo
recendendo como o cio de animais...
Fico na umidade do seu corpo
Desapareço nas madrugadas ermas,
E reapareço dentro de suas entranhas,
na fonte do teu querer,
Na sua beleza madura e lasciva, envolvente...
Cada vez mais mulher,
cada vez mais fascinante e profunda,
cada dia uma...
Chamo-te de inocente
de alegria, de amor, de serenidade, de minha.
Se te chamo assim é porque sou mutável.
Vejo-te navegando em oceanos...
Eu quero o amor e o mar,
o delírio da insolação e o teu sal.
Quero sua forma na minha, desenhando mares
É o mar com suas tormentas e calmarias,
É o mar em teu silêncio e mistério.
É o mar batendo forte nas rochas,
acarinhando a areia.
Sou apenas aquele que escuta teu silêncio
e joga no mar uma rosa...

(Tenho este poema há muito tempo,não consigo lembrar a fonte.Desculpe.)
foto:neide morena

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